Amores Platônicos

Prestes a virar o ano, e desejar um 2016 com muita saúde e muito sucesso para você e todos que estão a sua volta, gostaria de fazer um convite para viajarmos no tempo. Feche os olhos e volte comigo para a década de 70.

Os anos de 1977 e 1978 foram difíceis para minha mãe, penso eu hoje.
Estava com 13 para 14 anos, morava numa cidade do interior, quando tive uma paixão platônica. A segunda na verdade, pois a primeira foi com o meu professor de português, que manteve-se no anonimato, até agora.
Esta segunda, porém, veio acompanhada de muito sofrimento, pois cresciam juntos, o amor e as gozações da família e amigos. O meu irmão mais velho não tinha nem um pouco de piedade. Me chamava de “retardada”, termo muito utilizado naquela época.  Até que mamãe percebeu o perigo que a situação se tornava. Eu chorava, não comia e ainda sonhava casar de véu e grinalda. Meu Deus, quanta insanidade! Fazer isto com uma mãe.

 

Muito trabalho, muita conversa e jogo de cintura, especialmente de mamãe, e as coisas foram ficando mais calmas, até que um dia, a fantasia foi dando espaço a realidade.

 

Nesta altura, sobrava um pouquinho só de esperança que o cantor Peninha viesse fazer um show em Braço do Norte, cidade onde eu morava, para me encontrar e finalmente me pedir em casamento.

 

O show não aconteceu e finalmente coloquei um ponto final naquele “martírio”. Mas, para piorar, surgiu um novo amor. Rei morto, rei posto, conforme diz o ditado. O primeiro amor morreu e deu lugar a outra paixão da minha vida.

 

Lindo, forte e educado. Usava terno e sem a gente perceber, aparecia com uma capa vermelha e voava. Ele era o Super Homem. Eu suspirava e sonhava voar nos seus braços depois de derrubar aquela tal de Lois Lane que ele insistia em conquistar.

Até que um dia eu caí, não dos braços do Super Homem, mas caí na realidade. A sorte é que as lembranças não caíram no esquecimento. Tudo isto faz parte do universo juvenil, permitindo que esta experiência junto com as outras vividas com intensidade, me tornassem esta cinquentona tão feliz, especialmente neste caso, por ter amado estes homens que só existiram na minha imaginação.

E você, já teve um amor platônico?

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